sábado, 17 de agosto de 2013

INTRIGA INTERNACIONAL (1959)

PONTUAÇÃO: MUITO BOM
Título Original: North by Northwest
Realização: Alfred Hitchcock
Principais Actores: Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Jessie Royce Landis, Leo G. Carroll, Josephine Hutchinson, Philip Ober, Martin Landau, Adam Williams, Edward Platt, Robert Ellenstein, Les Tremayne, Philip Coolidge

Crítica:

A CONSPIRAÇÃO


No, Mother, I have not been drinking.

Certamente, um dos expoentes máximos do thriller de espionagem e do thriller romântico, Intriga Internacional ainda hoje encontra eco em dezenas de reproduções maioritariamente inferiores. A montagem do filme (George Tomasini) e o compasso que esta impõe ao longo das suas pouco mais de duas horas de duração é qualquer coisa de verdadeiramente notável e obsessivo, tanto para a marcação do ritmo cerebral e implacável que baseia a narrativa como para a edificação - essencial - do suspense.

Na verdade, a condução controlada, intrincada e meticulosamente pensada que o argumento (Ernest Lehman) e o mestre Hitchcock fazem do mistério aprisiona completamente o espectador, desde o primeiro instante.  Qual personagem principal, Roger O. Thornhill (um charmoso, trabalhador e bem-humurado homem da publicidade, completamente alheio a estratégias de guerra e a segredos de estado), nada sabemos sobre o precipício em que caimos, perdidos em confusões, mal-entendidos e situações completamente absurdas. E qual protagonista, perfeitamente interpretado por Cary Grant, cedo percebemos que nada parece o que é... nem é o que parece. Aquilo que começa por ser um episódio caricato e ridículo, de aparente e fácil resolução - Roger enfrenta-o, diga-se, com todo o sacarmo - torna-se numa fuga absolutamente perigosa e arriscada pela sobrevivência e pela verdade... às tantas, revelada na forma da mais pura e empolgante aventura, capaz de nos garantir todo o entretenimento. No meio da tanta agitação, ainda há tempo e espaço para a atracção, pela loira e irresistível femme fatale que é Eve Kendall (Eva Marie Saint) e que culminará algures entre as faces rochosas e monumentais do Monte Rushmore e os tão impessoais lençóis do comboio de regresso a casa. Sempre acompanhados pelas extraordinárias e vibrantes composições musicais de Bernard Herrmann, claro.

As cenas memoráveis e antológicas são mais do que muitas. Que dizer, a título de exemplo, daquela pela qual o filme é imediatamente lembrado, deslumbrante da fotografia à encenação: a incessante e por isso mesmo inquietante perseguição da avioneta sobre o cruzamento e sobre os campos de cereais. É sublime; um tanto mais do que o filme que, por si só e com todo mérito, já é um grande filme.
 

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